Para voltar ao topo, Brasil precisa enfrentar os melhores
Quando se fala de Copas do Mundo, a primeira seleção que vem a mente de um amante do futebol, esteja ele em qualquer lugar do planeta, é a brasileira. Isso por vários motivos, sejam eles positivos, como os cinco títulos mundiais ou os grandes plantéis que não venceram, a exemplo do Brasil de 1982, mas também por razões negativas, como a trágica tarde de 8 de julho de 2014, no Mineirão, em que a canarinho sofreu a maior derrota de sua história: o 7 a 1 para a Alemanha.
O meu objetivo com esta introdução é dizer o seguinte: o Brasil, por qualquer motivo, é protagonista em Copas do Mundo. Mas, nas últimas 4 edições, esse protagonismo não vem sendo confirmado dentro do campo. Campanhas no máximo medianas, sempre parando nas quartas de final, com exceção a 2014, em que a seleção brasileira chegou às semifinais (convenhamos, era melhor que tivesse sido eliminada antes). Em todas as desclassificações, há um fator em comum: a derrota sempre foi pra uma seleção europeia.
A pior derrota da história da seleção em todos os tempos
A última vez que o Brasil venceu um europeu em um mata-mata de Copa foi justamente na final de 2002, 2 a 0 sobre a Alemanha. Como a Copa de 2022 será realizada no final do ano, iremos para o Catar com a marca de 20 anos sem eliminar uma seleção europeia de primeiro porte, mesmo tempo sem vencer outra Copa do Mundo. Isso não é mera coincidência. Para ser campeão do mundo, é necessário vencer os melhores. A própria seleção brasileira é um exemplo disso. Em 2002, eliminou na campanha do penta a Inglaterra e a Alemanha.
Ronaldo brilhou na última vitória do Brasil sobre um europeu. Foto: AFP
Existe um motivo para o Brasil não conseguir superar os europeus: não os enfrenta. A única possibilidade da seleção duelar com algum país do velho continente é através de amistosos, que vem sendo cada vez menos realizados, principalmente na última década. A CBF, através do Brasil Global Tour, pacote de amistosos criado em 2012 para vender a marca da seleção brasileira, marca a maioria dos jogos com seleções inferiores tecnicamente, e em locais com pouco apelo ao futebol, como Singapura e Estados Unidos, países que frequentemente recebem jogos do Brasil.
É fato que, após a Copa de 2018, a possibilidade de marcar amistosos com as seleções europeias tornou-se cada vez menor já que a UEFA criou a Liga das Nações, competição para preencher o calendário de seleções, e que os europeus se enfrentam e se fecham a amistosos com países de outros continentes. Com isso, elas se fortalecem e se consolidam ainda mais como as grandes favoritas a dominar a Copa do Mundo.
A Europa mostrou para o Brasil que amistosos meramente comerciais não podem ser a prioridade de alguém que deseja o topo do mundo. Agora já é tarde. O que resta a seleção brasileira é aproveitar as raras oportunidades que surgirem para se provar diante das grandes potências, e continuar acreditando que as cinco estrelas que estampam a camisa canarinho serão suficientes para ser campeão mundial.
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