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A Liga das Estrelas nunca decepciona

Em mais um final de temporada na Espanha, a La Liga continua provando que está entre as melhores do mundo.


A temporada 2019-2020, que parecia perdida devido à pandemia do coronavírus, está cada vez mais próxima de ser concluída. No último domingo (19), foi realizada a última rodada da La Liga - terceira, dentre as cinco grandes ligas europeias, a ter seu desfecho definido.


O último dia do campeonato foi marcado por muitos gols, disputa acirrada por vagas em competições europeias e emoção até o final na luta contra o rebaixamento. E não poderia ter sido diferente, já que a Liga das Estrelas exala competitividade e tem o poder de prender o amante do futebol às transmissões de cada partida. Com campeão reincidente, classificação histórica e queda nada comum, a edição 19-20 do Campeonato Espanhol não deixou de ser especial em nenhum aspecto.


O (nem um pouco) novo campeão


Desde que Lionel Messi estreou no profissional, o Barcelona foi campeão espanhol incríveis 10 vezes de 16 possíveis. O domínio do clube catalão no período é inegável e a influência do jogador argentino é mais ainda. Mas em um ano de tantas mudanças como o de 2020, a de maior calibre na Espanha não foi tão diferenciada assim.


Em mais um dos grandes momentos que o futebol proporciona, o Real Madrid provou que a tese de que quando Cristiano Ronaldo, astro dos merengues nas últimas temporadas, foi transferido para a Juventus, da Itália, em 2018, o clube enfrentaria grandes dificuldades para se reerguer e se manter competitivo era, na verdade, puro achismo. A temporada seguinte à saída do craque português chegou a dar a falsa de impressão de que a proposição era verídica, já que o Real foi eliminado precocemente na Liga dos Campeões - nas oitavas-de-final para a equipe-sensação Ajax - e contentou-se apenas com a 3ª colocação no Espanhol.


Entretanto, a temporada seguinte foi completamente diferente. Quando a La Liga foi retomada pós-quarentena, o Barcelona era o líder com 2 pontos de vantagem sobre o vice-líder, Real Madrid. No final, os galáticos terminaram 5 na frente dos rivais - e não apenas porque os campeões fizeram seu dever de casa, mas também devido ao turbulento retorno dos culés dentro e fora das 4 linhas. Enquanto o Barça perdia pontos para Sevilla, Celta de Vigo, Atlético de Madrid e Osasuna, o Real teve uma campanha quase perfeita, não fosse pelo empate com o desesperado Leganés na última rodada.

Capitão Sérgio Ramos levantando a taça da La Liga. (Imagem: Reprodução/Veja)

Muito dessa conquista passa pelas mãos do ex-jogador e atual treinador, Zinédine Zidane. Foi o 2º título de liga do francês, fora as três Champions League vencidas no passado. Além do bom clima no vestiário merengue, situação que os rivais catalães passam longe de conviver, a maneira que o clube enfrentou os últimos jogos foi fator essencial na virada de mesa que impuseram no campeonato. O técnico afirmou que ele e seu elenco iriam encarar cada partida que restava como se fosse uma final, tipo de jogo que os craques madridistas não estão acostumados a perder - e a prática não foi diferente da teoria. Há quem diga que o VAR teve grande influência nos resultados finais, mas, apesar de decisões polêmicas (como acontece com todo time), não há motivos para tentar descredibilizar o gigantesco feito pelo Real.



Liderados por estrelas como Karim Benzema, Sérgio Ramos e Casemiro e impulsionado por jovens em ascensão como Vinícius Júnior, Rodrygo e Asensio, o Real Madrid levantou sua 34ª taça de La Liga. Se não bastasse o domínio estabelecido na UEFA Champions League com os 13 títulos conquistados, o clube merengue ainda é o maior campeão espanhol da história com sobras: 8 a mais que o segundo, Barcelona. Mesmo com o domínio blaugurana desde a estreia de Messi, os blancos detém a coroa espanhola; e esta temporada só comprovou a grandeza do maior clube do mundo.


A definição das vagas nas competições europeias, com direito a feito inédito


Junto com Real Madrid e Barcelona, o Atlético de Madrid e o Sevilla fecharam as 4 primeiras colocações e, desta forma, disputarão a próxima edição da Liga dos Campeões da Europa.


O clube catalão passou por uma temporada bastante turbulenta e deixou a desejar no campeonato, apesar da vice-liderança. Parece que tudo ficou nas costas de Lionel Messi e mesmo com o argentino terminando a campanha como líder em gols (25) e assistências (21), não foi o suficiente. Principalmente pelo péssimo clima nos bastidores do elenco e estrelas como Antoine Griezmann e Luis Suárez deixando a desejar.

Messi irritado após gol de falta na derrota contra o Osasuna. (Imagem: Reprodução/Uol)

Os comandados de Diego Simeone voltaram bem da quarentena e terminaram o período sem derrotas. Um ótimo indicativo para o clube que está classificado para as quartas-de-final da Champions League e, devido ao novo formato, é um forte concorrente ao título inédito. Os colchoneros foram um dos únicos times que não precisaram mudar seu estilo de jogo para colher bons frutos com resultados.


Enquanto isso, o Sevilla chegou a batalhar com o Atleti pela 3ª colocação e também ficaram invictos no período de retorno. O que atrapalhou foram os constantes empates, decretando o 4º lugar mas não impedindo a tranquila classificação para a Liga dos Campeões. Os rojiblancos ainda estão na disputa pela Europa League e jogarão contra a Roma nas oitavas-de-final.


Na corrida pelas vagas na Liga Europa, o Villarreal, de Gerard Moreno e Santi Cazorla, junto à Real Sociedad, de Martin Ødegaard e Mikel Oyarzabal, já se enquadraram na fase de grupos da competição. O Granada, por sua vez, conseguiu classificação inédita para a fase qualificatória, após uma temporada bastante consistente e uma grande vitória por 4 a 0 sobre o Athletic Bilbao na última rodada. O Getafe, que há algumas rodadas parecia bem posicionado para participar da Europa League na próxima temporada novamente, teve um péssimo final de campeonato e ficou de fora na última rodada - na qual só precisava de uma vitória sobre o Levante, mas perdeu por 1 a 0 com direito a pênalti perdido e três gols anulados. A única chance do clube de participar de competição continental é na atual Liga Europa, já que ainda permanece na disputa.

Os recém-promovidos do Granada estarão na Europa League na próxima temporada. (Imagem: Reprodução/Football Ticket Net)

Os três diferentes (mas igualmente dolorosos) rebaixamentos


O primeiro clube oficialmente garantido na segunda divisão espanhola foi o Espanyol. Desde a temporada 93/94, os alviazuis não ficam de fora da elite e, mesmo com diversas oscilações, passaram por bons momentos na história do clube. Para piorar, o rebaixamento aconteceu na 35ª rodada em pleno Dérbi da Catalunha - disputado entre os grandes rivais Barcelona e Espanyol.


O Mallorca estava em ritmo de ascensão. Não disputavam a primeira divisão desde a temporada 12/13, mas foram campeões da terceira e conseguiram o acesso na segunda seguidamente. Pela lógica, seria o ano para se firmar na elite, mas ocorreu o contrário. Como num bate-e-volta, o clube disputará novamente a La Liga 2, uma velha conhecida.


A queda mais dramática, indubitavelmente, foi a do Leganés. Isso porque com o empate do Celta de Vigo com o já rebaixado Espanyol, bastaria uma vitória para garantir a permanência. O problema foi que o jogo era contra o Real Madrid, mas os legionários não abaixaram a cabeça - muito pelo contrário. Viram-se atrás do placar duas vezes, mas buscaram o empate em ambas. Chegaram a pressionar o time merengue, mas não foi o suficiente. Rebaixamento doloroso de uma equipe que foi guerreira até o final.

Jogadores do Leganés após o rebaixamento. (Imagem: Reprodução/The San Diego Union-Tribune)
 

Chegou ao final mais uma edição da Liga das Estrelas e ela continua trazendo emoção ao fã do esporte como nunca. Para mais um dos campeonatos que pareciam perdidos pela surto de COVID-19, o retorno excedeu as expectativas e manteve o nível que estávamos acostumados. A evolução das equipes e o aprendizado que cada um trouxe do período complicado em contexto global só tende a causar ansiedade pela próxima temporada do Campeonato Espanhol.


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