PSG e Lyon ainda estão na disputa para levantar a orelhuda, mas foram prejudicados pelo cancelamento do seu campeonato nacional, a Ligue 1.
No dia 17 de junho, a UEFA anunciou a retomada das suas competições ainda em vigor na temporada 2019-20. Dentre elas, a mais aclamada, sem dúvidas foi a Liga dos Campeões, que ainda conta com 12 times vivos no torneio - visto que a fase de oitavas-de-final ainda não totalmente concluída. Nessa edição, apenas clubes das cinco grandes ligas europeias (alemã, espanhola, francesa, inglesa e italiana) figuram entre os que ainda não foram eliminados da competição.
Para a maioria dos times que seguem na busca pelo título continental, a notícia da retomada não gerou controvérsias, já que 4 dos 5 países deram prosseguimento às atividades futebolísticas em seu território, incluindo campeonato e copas nacionais. O único que tomou medidas diferentes foi a França, que teve a liga encerrada. Apesar de as copas terem sido mantidas, o PSG e o Lyon - as duas equipes que seguem na Liga dos Campeões - foram bastante prejudicados, pois viram seus concorrentes concluírem os respectivos campeonatos e, consequentemente, ganharem um tempo de jogo consideravelmente maior. Embora tenham sido realizados amistosos, é unânime que o ritmo não é o mesmo.
O "favorito" PSG
Desde o sorteio das próximas fases da UEFA Champions League, muito foi falado, nas grandes mídias, que o Paris Saint-Germain é claro favorito da chave em que caiu. Mas, por diferentes aspectos, isso não é totalmente verdade (se quiser ler mais sobre o assunto, vá até https://www.nosacrescimos.com.br/post/as-fal%C3%A1cias-que-rodearam-o-sorteio-da-liga-dos-campe%C3%B5es-da-europa). E um deles é o pouco tempo de preparação que o atual detentor do triplete francês teve, se comparado aos seus concorrentes.
Foram marcados amistosos contra o Le Havre e o Sochaux, também da França e o segundo está marcado para o dia 5 de agosto, o Waasland-Beveren, da Bélgica, e o Celtic, da Escócia. Todos foram massacrantes para o clube parisiense, com um total de 20 gols marcados e nenhum sofrido nos três jogos já realizados, mesmo com os titulares jogando apenas parte do tempo. O PSG ainda teve a oportunidade de disputar e vencer a final de duas copas: a da França, sobre o Saint-Étienne, e a da Liga Francesa, sobre o Lyon.
Mesmo com muitas variações nos onze iniciais, principalmente na dupla de volantes, alguns jogadores se destacaram, como Neymar, Marco Verratti e Keylor Navas. Entretanto, houve uma possível baixa importantíssima no elenco: Kylian Mbappé sofreu uma lesão no tornozelo na final da Copa da França após entrada duríssima de Loic Perrin. Em entrevista coletiva, o técnico Thomas Tuchel afirmou: "A esperança é a última que morre, mas as chances de Mbappé jogar contra a Atalanta são muito, muito pequenas. Todos os dias, nós esperamos por um milagre, mas já estamos nos adaptando para um futuro sem Kylian".
Portanto, o PSG precisará buscar alternativas, em consequência à iminente ausência do seu artilheiro. E opções não faltam na equipe, que pode variar do habitual 4-2-2-2 para um 4-3-3 com um meio de mais consistência e Neymar e Di María mais soltos no ataque, além de Icardi sendo a referência ofensiva - como o comandante Tuchel optou por jogar na última partida. Para bater a embalada e sensação Atalanta nas quartas-de-final, o time de Paris precisará se adaptar da maneira mais eficaz que encontrar.
O jovem Lyon, que começa com vantagem
Uma das equipes que ainda jogará a partida de volta pela fase de oitavas-de-final, o Olympique Lyonnais contará com a vantagem conquistada em casa, já que venceu a Juventus por 1 a 0. Embora tenha sido um resultado magro, o clube da Itália terá apenas 90 minutos para, pelo menos, igualar o confronto. Apesar da vitória no jogo de ida, o time francês é, sem dúvidas, um dos mais desacreditados da competição.
Assim como o PSG, o Lyon marcou amistosos com o intuito de tentar voltar ao ritmo que vinha seguindo antes da parada pela pandemia do coronavírus. A diferença foi que, embora tenha vencido 4 dos 5 jogos, não repetiu a dominância do seu rival, visto que não venceu nenhum por mais de um gol de diferença. As equipes enfrentadas foram o Nice, da França, o Rangers e o Celtic, da Escócia, o KAA Gent e o Royal Antwerp, da Bélgica, além da final da Copa da Liga Francesa, na qual o Lyon foi derrotado, nos pênaltis, pelo PSG.
A maior perda do clube do leste da França foi o jovem volante Lucas Tousart, autor do gol sobre a Juventus, que por ter a função de ser o homem de contenção do meio-campo, conseguia dar liberdade aos outros meias da equipe, além de agregar com técnica e boas chegadas no ataque. O brasileiro Thiago Mendes tem as mesmas características do francês, que retornou ao Hertha Berlin após o fim do empréstimo, e pode ser a arma escolhida pelo treinador Rudi Garcia, embora não tenha demonstrado ainda a qualidade do antecessor.
Na partida contra o PSG, o comandante optou por usar Bruno Guimarães na função de primeiro volante, dando mais liberdade para Houssem Aouar e Maxence Caqueret, mas acabou sendo prejudicado e foi substituído ainda na metade do segundo tempo. A qualidade dos meio-campistas do Lyon - principalmente Bruno e Aouar - não pode ser desperdiçada, visto que é um dos pontos mais fortes do time francês. Se utilizados da maneira correta no esquema implantado na última partida (3-5-2), com um trio de zaga e dois alas sólidos e com Memphis Depay, voltando de lesão, e Moussa Dembélé formando a dupla de ataque, as chances de segurarem o ímpeto da Juventus são consideravelmente boas.
O cancelamento da Ligue 1, o campeonato francês, certamente afetou os clubes que ainda brigam pela Liga dos Campeões da Europa. Mas no novo formato estabelecido na competição e a qualidade de ambos os elencos, o sonho do título inédito - apenas o Olympique de Marselha venceu o torneio dentre as equipes francesas - ainda segue vivo.
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