O recente episódio de doping com o goleiro do Ajax, Onana, rendeu uma suspensão de 12 meses para o jogador. Mas afinal, quais são os limites do doping no futebol profissional?
(Foto: AFC/Ajax)
A furosemida, encontrada em um teste realizado no final de 2020, foi a responsável pelo afastamento do atleta dos gramados por 1 ano. Essa substância é um diurético, ou seja, devido sua capacidade de aumentar o volume da urina, pode ser utilizada por atletas para perder peso ou limpar o registro no organismo do uso de esteroides ou outras substâncias consideradas doping.
A suspensão foi aplicada pela UEFA no dia 5 de fevereiro. O clube junto com o atleta afirmaram que irão recorrer ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS). Onana afirmou que se confundiu durante uma momento de desconforto e acabou consumindo um remédio usado por sua esposa, chamado Lasimac.
"Eu só quero esclarecer que tudo foi resultado de um erro humano. Eu confundi um medicamento que contém uma substância banida pela WADA( Agência mundial antidoping) com uma simples aspirina." [...]
"Todos sabem que eu levo uma vida muito saudável, e desde quando comecei minha carreira esportiva eu sempre fui fortemente contra qualquer uso de doping e condeno qualquer conduta antidesportiva." [...]
"Eu irei recorrer a decisão perante ao Tribunal Arbitral do Esporte (TAS) para provar minha inocência e limpar meu nome. Eu espero logo estar de volta aos gramados para fazer o que eu amo e poder ajudar meus companheiros de equipe. Eu gostaria de agradecer ao Ajax e a seleção camaronesa de futebol pelo apoio e confiança em mim."
André Onana
A regra do doping no futebol e no esporte
A Agência Mundial Antidoping (em inglês, WADA) realiza os testes que são enviados pelas federações. Cada federação organiza sua bateria de testes, mas em geral os exames são realizados durante competições com jogadores sorteados de cada equipe. Nos exames, o sangue e urina são recolhidos e separados de forma duplicada, em dois potes. Dessa forma, após a testagem do material de um dos recipientes, ainda é possível que os representantes do atleta possam recorrer a uma segunda análise. Caso seja confirmada a presença de uma substância proibida, o atleta é afastado antes mesmo do início dos julgamentos.
A lista de substâncias são divididas entre as proibidas durante e fora das competições e as proibidas apenas durante as competições. No geral as substâncias que são proibidas apenas no período competitivo são alguns estimulantes, narcóticos e canabinóides.
Em relação aos canabinóides, existe um debate sobre as substâncias no esporte, motivado principalmente pelo aumento constante do uso delas entre os atletas e pelo processo de legalização de substâncias relacionadas à cannabis em diversos países. Apesar da substância não ser considerada um potencializante de performance, sua capacidade analgésica pode facilitar o processo de recuperação para alguns atletas, principalmente diante de inflamações e dores. Além disso, o aumento da sensação de recompensa e a dilatação dos brônquios são encarados como estimulantes para os competidores que fazem uso dessas substâncias. Os debates que estão em cena podem resultar na não proibição dessas substâncias em definitivo no esporte, possibilitando, inclusive, que a maconha fosse utilizada de forma recreativa pelos atletas durante as competições.
(Foto: Reprodução/ Adobe Stock)
Entre as substâncias proibidas durante e fora das competições estão os anabolizantes ou os esteroides, diversos hormônios, as substâncias de crescimento muscular, os broncodilatadores, os moduladores metabólicos e os diuréticos ou agentes mascarantes (que inclusive foram os apontados no exame do goleiro camaronês Onana).
(Foto: Representação/farmacêuticas)
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