Mesmo com a paralisação geral do futebol no país, agora o espetáculo que se apresenta é o das brigas dos dirigentes e na justiça
Protagonista desses conflitos, o presidente do Olympique Lyon, Jean-Michel Aulas, mantém opinião contraditória ao da Liga Profissional de Futebol (LFP) francesa que determinou o encerramento do campeonato francês, a Ligue 1. Polêmicas palavras foram dirigidas à decisão nas últimas semanas.
Fatos que motivaram, na última quinta-feira, Aulas se apresentar a mais alta jurisdição da França, o Conselho de Estado, em Paris, para apresentar à corte provas de que a crise de saúde escancara os conflitos do futebol francês e é prejudicial aos clubes. O chefe do Lyon age juridicamente porque seu clube terminou a Ligue 1 em sétimo colocado, não se classificando para a Liga dos Campeões e perdendo milhões de direitos de transmissão. Por enquanto, os clubes que também tentam com vigor a reversão do quadro são Amiens e Toulouse, que foram rebaixados para segunda divisão com o término das atividades.
Parte da população e a imprensa discordam do fim precoce das competições. Eles enxergam diversas ligas europeias com prognóstico próximo de retorno e outras que já voltaram, caso do campeonato alemão, a Bundesliga. No último sábado, uma das últimas cartadas de Aulas foi propor ao Conselho de Estado o modo play-offs para as últimas rodadas do campeonato. A UEFA não se opõe a proposta, joga a responsabilidade da decisão para a LFP, dando autonomia às federações nacionais desde que cumpram seu calendário, previsto para terminar no dia 2 de agosto. O Conselho de Estado se pronuncia sobre a Ligue 1 segunda ou terça-feira.
Outro ponto que gera atenção dos franceses é o fim da Liga dos Campeões. Na competição continental, Paris Saint Germain e Lyon ainda disputam a competição como representantes do país. Lisboa desponta como principal palco para um formato para as 8 melhores equipes da Europa. As partidas que restam das oitavas-de-final devem ser realizadas nas mesmas cidades previstas antes da pandemia e a partir das quartas uma cidade para sediar os jogos decisivos do principal triunfo europeu. Na briga estão Frankfurt e a capital portuguesa, esta última tem a vantagem de não ter nenhuma equipe do país, número controlado de casos de Covid-19 e isenção de impostos. Já Frankfurt com o evidente direcionamento à Lisboa, busca sediar os jogos da Liga Europa. Datas ainda não foram confirmadas pela UEFA.
O período é de transições no futebol francês. Sem certezas dadas pelas entidades e pela justiça, os dirigentes se movimentam para o que beneficia seus respectivos clubes. Nas próximas semanas resoluções serão concretizadas e a certeza é que as decisões não vão agradar todos. A tendência é de continuidade das tensões.
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