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O especial toque brasileiro no título inglês

Atualizado: 6 de jul. de 2020

A conquista do Liverpool nessa temporada da Premier League tem muita culpa do extraordinário elenco e do vitorioso técnico do clube. E, nessa equipe, os brasileiros são de extremo protagonismo.



O dia 25 de junho de 2020 ficará marcado para sempre como uma data histórica para a Premier League e, principalmente, para o Liverpool. Finalmente, 30 anos depois, o clube do Noroeste da Inglaterra conquistou o campeonato inglês - seu 19º no total, um a menos que o maior campeão, Manchester United. Após a decepção da temporada anterior, na qual perdeu apenas um jogo e, mesmo assim, viu o Manchester City conquistar o bicampeonato com apenas 1 ponto de diferença, os Reds obtiveram uma campanha ainda melhor que a da última edição, dessa vez superando o 2º colocado em incríveis 23 pontos com ainda 7 jogos para serem disputados.


(Para saber mais sobre a trajetória do clube durante esses 30 anos até o tão sonhado título, vá até https://www.nosacrescimos.com.br/post/quem-acredita-sempre-alcan%C3%A7a.)


Em uma equipe vencedora da Champions League em uma temporada e da Premier League na outra, é impossível deixar de destacar o grande elenco. Com um time titular completamente entrosado e um banco que consegue suprir as necessidades da equipe, o espetacular técnico Jürgen Klopp deu sua cara ao clube e consegue extrair o melhor de cada jogador. E dentre os atletas campeões do Liverpool, é extremamente importante destacar três deles: Alisson, Fabinho e Roberto Firmino - todos representantes da seleção brasileira.

Brasileiros do Liverpool e Alberto Moreno na conquista da Champions League. (Imagem: Mike Egerton/PA Images via Getty Images)

Começando pela posição que dá o início à escalação, o goleiro Alisson nunca deixou de se destacar. Desde o Internacional, clube que o revelou no Brasil, passando pela Roma e se firmando no Liverpool, o camisa 1 sempre foi fundamental para o bom rendimento das equipes que passou e para a seleção. Não só pelo seu desempenho espetacular debaixo das traves, com defesas milagrosas e um posicionamento correto, mas também pela segurança que passa aos seus companheiros e calma na saída de bola - não é por acaso que a defesa dos Reds foi e é a melhor nas duas temporadas que contaram com o arqueiro defendendo a baliza.


Ele chegou em 2018 para resolver os problemas com goleiros que o Liverpool vinha sofrendo há anos - como não lembrar de Loris Karius na final da Champions League nesse mesmo ano? - e, nessa edição da Premier League, ainda briga pela sua segunda luva de ouro consecutiva. Embora tenha perdido alguns jogos na temporada por lesão, inclusive o fatídico dia da eliminação precoce para o Atlético de Madrid na Champions, Alisson não deixou de apresentar o nível absurdo que demonstrou em sua ampla carreira.


E foi esse nível que o levou ao top-10 da Bola de Ouro da FIFA em 2019 - fato inédito entre os goleiros brasileiros -, à titularidade absoluta na seleção brasileira e, principalmente, à ser o dono da posição em um dos maiores clubes do mundo.

Imagem: Reprodução/Diario AS

Passando para a região central do campo, o volante Fabinho foi uma grande surpresa para o elenco de Klopp. Revelado pelo Fluminense, passou por Rio Ave e Real Madrid sem ter muitas chances, até chegar ao Monaco, onde sua carreira começou a crescer. Começou a carreira como lateral-direito, até que, em meados de 2016, foi transferido para a função de volante e deu conta do recado. Coincidentemente (ou não), o Monaco teve uma temporada fantástica quando Fabinho mudou de posição, conquistando o título do campeonato francês e sendo semifinalista na UEFA Champions League - eliminado para a vice-campeã, Juventus.


Assim como Alisson, chegou ao Liverpool em 2018, mas não teve o êxito inicial do seu compatriota. Ele demorou pra se firmar no time principal dos Reds e, muitas vezes, foi criticado pelo seu desempenho abaixo do esperado. Mas não demorou muito para mostrar o motivo dos 45 milhões de euros gastos pelo clube em sua compra. Fabinho conseguiu se adaptar perfeitamente à função proposta por Klopp e consegue dominar com certa facilidade a região que ocupa dentro das quatro linhas. É o pilar do meio-campo monstruoso da equipe: consegue apresentar, ao mesmo tempo, uma consistência defensiva absurda e muita técnica na articulação das jogadas de ataque.


O protagonismo do volante de classe mundial em um dos melhores time do mundo causa controvérsias quando ele não é convocado para a seleção brasileira, como aconteceu na última Copa América. O inegável é que, daqui em diante, o nome de Fabinho passa a ser indispensável nas convocações de Tite, que inclusive havia convocado-o na para a primeira rodada das Eliminatórias da Copa.

Imagem: Reprodução/Uol

Por fim, no ataque, Roberto Firmino divide opiniões. O camisa 9 dos Reds chegou ao clube em 2015, após ser revelado pelo Figueirense e ter grande passagem pelo Hoffenheim, da Alemanha. Sempre jogou com um papel mais criador do que artilheiro, sendo escalado nos antigos times muitas vezes como meia ofensivo. Quando chegou ao Liverpool, não começou com o mesmo brilho que vinha mostrando nos últimos anos, principalmente devido à mudança no posicionamento imposta pelo técnico Brendan Rodgers. Mas com a chegada de Jürgen Klopp, Bobby (como é conhecido na Inglaterra) voltou a ser escalado na parte central do ataque, especificamente como "falso 9".


Foi nessa mudança que o jogador alagoano começou a se destacar. No sistema de pressão utilizado pelo treinador alemão e nos implacáveis contra-ataques da equipe, ele é a peça fundamental para o sucesso. Utilizando sua inteligência na movimentação, habilidade com a bola no pé e consciência tática, Firmino é a engrenagem principal para o funcionamento do ataque mortal do time inglês. Cria espaços para a infiltração dos meias, usa sua visão de jogo invejável para encontrar seus companheiros livres, mostra seu ímpeto defensivo na pressão sobre a defesa adversária nas saídas de bola e, de quebra, tem capacidade para decidir jogos importantes - como fez diversas vezes nas últimas temporadas.


Embora na seleção ele não seja o camisa 9 artilheiro que o brasileiro está acostumado - e isso leva alguns torcedores a criticarem sua presença nas convocações -, se for utilizado da maneira correta, Bobby tem total capacidade de ser um dos destaques da próxima Copa, assim como é no gigante Liverpool.

"Mohamed Salah é um jogador de nível mundial, mas não todo dia. Mané é um jogador de nível mundial, porem não é todo dia. Roberto Firmino é um jogador de nível mundial basicamente todo dia." - palavras de Jürgen Klopp
Imagem: Reprodução/Sportbuzz

Na Inglaterra, o Liverpool demonstra total domínio na liga nacional. E seu sucesso tem um grande toque brasileiro na essência. Para quem acha que a nossa seleção é um desastre e que não tem condições de buscar o hexacampeonato no Catar, o atual campeão inglês possui, dentre seus 11 titulares, 3 exemplos de que esse pensamento é falacioso. Basta aproveitar seus talentos da forma que estes são apresentados no clube que uma grande parte do trabalho está preparado - e muito bem, por sinal.


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