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Situação dos estaduais e notícias do futebol no Nordeste

Federações de cada Estado apresentam situações distintas quanto ao retorno do esporte e maiores times da região lidam com momento de maneiras diferentes.



Federações começam a planejar retomada dos estaduais

Mesmo com o número de casos de Covid-19 ainda em ascensão, algumas entidades já começaram o planejamento do retorno das atividades esportivas em seus respectivos Estados. No Ceará, por exemplo, os clubes já tiveram a liberação para a volta aos treinos com medidas de segurança, mesmo com a notícia de que 13 jogadores do Ceará e do Fortaleza, juntos, testaram positivo para o vírus. Na Bahia, foi decretada, pelo governo local, a prorrogação da suspensão do futebol até o dia 21/06, sendo possível a extensão do período. A Federação Bahiana de Futebol aguarda a autorização do poder público para a retomada das atividades. Já em Pernambuco, os treinos foram liberados a partir do dia 15/06 com os devidos procedimentos de segurança; a Federação local, inclusive, bancou parte dos testes da doença para os clubes e, embora não tenha data definida, é esperado que a bola volte a rolar no campeonato pernambucano em 29/06.

Por outro lado, o governo do Piauí publicou um protocolo para retomada da economia durante a pandemia e definiu o esporte como setor de baixa prioridade no plano de flexibilização das atividades no Estado. Com isso, o campeonato piauiense ainda não possui data definida para retorno, assim como os treinos dos clubes. O Sergipiano definiu a data 28/06 para recomeçar os jogos, enquanto os outros Estados nordestinos ainda aguardam definição por parte dos governos locais para prosseguir com os estaduais.

Guto Ferreira, técnico do Ceará. Clube voltou às atividades na última semana. (Imagem: Felipe Santos/cearasc.com)



Sport vive grave crise financeira

Não é de hoje que o Sport passa por dificuldades econômicas: mesmo com o vice-campeonato da Série B e retorno à elite do Brasileirão, o clube pernambucano iniciou a temporada com R$ 145 milhões de reais em dividas com um curto prazo de 12 meses para serem quitadas. Após a queda em 2018, o balanço financeiro de 2019 do Rubro-negro apresentou uma queda de 62% na receita arrecadada, além do aumento nas dívidas, principalmente devido à nova política de distribuição das cotas na segunda divisão (de forma igualitária). Segundo a empresa multinacional de auditoria e consultoria, Ernst & Young, o Leão tem o pior cenário financeiro dentre as 20 equipes mais bem colocadas no ranking da CBF, com um endividamento líquido (total) de R$ 178 milhões e apenas R$ 39 milhões de receita gerada. O Sport ainda solicitou um empréstimo à uma instituição bancária, mas após mais de 2 meses sem resposta, o presidente, Milton Bivar, começa a buscar novas alternativas, já que os jogadores e funcionários do clube estão com os pagamentos atrasados, o que impede a discussão para redução salarial. Ainda há a expectativa de o Leão receber um pagamento de R$ 895 mil, referente à transferência do atacante Índio para um clube do Chipre.

As consequências do endividamento também começaram a afetar o elenco principal: o atacante Hernane Brocador, por exemplo, indicou que pode deixar o clube. Artilheiro do Leão na última temporada e um dos atletas que aceitou reduzir parte do seu salário, perante as dificuldades encontradas na segunda divisão, o jogador afirmou, em entrevista ao Globo Esporte, que "já pensou muito no clube, então chegou o momento de pensar nele mesmo". Ainda houve um corte de 40% na folha administrativa, após demissão de funcionários em diferentes departamentos, fazendo com que o clube planeje trabalhar apenas com o futebol profissional e pequena parte das categorias de base neste ano. Com os salários pagos até fevereiro e parte de março, o Sport tem a expectativa de recuperar parte das receitas com a volta do futebol, embora ele ainda não tenha sido liberado pelas autoridades.

Hernane Brocador pode ter sua segunda passagem pelo Sport encerrada devido à crise financeira no clube. (Imagem: Reprodução/Esporte Jundiaí)



Pandemia suspende a negociação entre Fortaleza e bilionário russo

A crise do coronavírus e seu impacto na economia culminaram na interrupção das negociações entre Ivan Savvidis, bilionário russo, e o Fortaleza. O dono do PAOK, clube grego, voltou seu foco à negócios já existentes, como empresas de turismo e comunicação. O magnata desejava investir em uma equipe de futebol na América do Sul desde o fim de 2019 e, depois da festa realizada na vitória sobre o Bahia na Arena Castelão na última rodada do Brasileirão do ano passado, o clube cearense chamou sua atenção. Após um aprofundado estudo técnico, o grupo liderado pelo russo definiu a equipe como seu principal alvo, já que demonstrou capacidade de se tornar autossustentável - ou seja, gerar sua própria receita a longo prazo. A primeira reunião presencial entre o presidente do Fortaleza e representantes do PAOK foi em março e, apesar do impasse relativo à possibilidade de mudança do estatuto do clube, o saldo foi positivo com a apresentação das metas do projeto. Embora não haja definição de qualquer acordo ou proposta, o presidente Marcelo Paz afirmou que o Fortaleza continuará aberto à novas reuniões e diálogos, caso ainda haja interesse por parte de Savvidis.

Ivan Savvidis, bilionário russo que demonstrou interesse em investir no Fortaleza. (Imagem: Reprodução/Diário do Nordeste)



Bahia realiza campanhas para ajudar torcedores e manter sócios durante a pandemia

As ações do Bahia em relação à sua torcida e à questões importantes sempre são dignas de aplausos. O clube, que dentre os nordestinos foi o que mais faturou em 2019, não é conhecido apenas por estar em notória ascensão, mas também por sempre apoiar causas relacionadas às minorias do país e agir de acordo com a democracia até na eleição do seu presidente. E perante à crise econômica causada pelo surto do Covid-19, os dirigentes do time baiano iniciaram campanhas para manutenção do número de sócios, tentando impedir uma brusca queda na receita advinda dos associados. Dentre as medidas tomadas, há diversos benefícios para quem se manter no programa, como a chance de concorrer em sorteios de carros todo mês até o fim do ano, o nome eternizado no monumento do novo CT, desconto nos uniformes de 2021, entre outros. Mas as ações não se restringiram em ajudar apenas o próprio clube: na quinta-feira (04/06), o perfil oficial da equipe no Twitter propôs que os torcedores desempregados comentassem, embaixo da postagem publicada pela conta, sobre sua experiência profissional e a área que lhes interessa. A campanha ficou conhecida como "Linquedín do Bahêa" e se expandiu até a torcida rival no Estado, do Vitória, demonstrando a grandeza da atitude do Bahia.

Linquedín do Bahêa, em analogia ao LinkedIn, rede social de negócios. (Imagem: Divulgação/E.C. Bahia)



Novo CT do CSA fica pronto após término das obras

Na última quinta-feira (04/06), o CSA divulgou um vídeo apresentando o seu novo centro de treinamento, que passou por reformas nos últimos meses. O CT Nelson Peixoto Feijó, antiga casa do Corinthians-AL, foi alugado pelo clube por dois anos, devido à rachaduras no bairro onde fica o seu antigo CT, o Gustavo Paiva. A diretoria do maior campeão do Estado de Alagoas ainda prometeu a construção de uma nova sede durante o período proposto no aluguel, que provavelmente será erguido no município de Rio Largo. Após a permissão para o retorno das atividades esportivas na área, os atletas do CSA já poderão treinar nas dependências do Nelsão - como é chamado pelo população da região. No vídeo, foram mostradas as salas de imprensa e reuniões, o departamento médico, a academia, os campos e muito mais da estrutura do renovado e moderno CT. Vale lembrar que o CSA foi rebaixado para a Série B do campeonato brasileiro e em 2020 brigará pelo retorno à elite.

Academia do novo CT do CSA. (Imagem: Augusto Oliveira/ASCOM CSA/Globo Esporte)


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