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antonioclaudiorodr

Um cargo desejável e de enorme pressão

Atualizado: 28 de jul. de 2020

O próximo treinador do Flamengo comandará o melhor elenco das Américas, mas também será muito pressionado


Jorge Jesus, agora ex-técnico do Flamengo, em treino no Ninho do Urubu (Imagem: Alexandre Vidal/divulgação)

Uma das coisas que os torcedores do Flamengo mais temiam aconteceu: Jorge Jesus foi embora. O português se despediu do Brasil com um trabalho fantástico: 57 jogos, 43 vitórias, 10 empates, 4 derrotas, 5 títulos e um time que, ao mesmo tempo, é competitivo, equilibrado e encantador. Com tais números e adjetivos, uma conclusão é clara e muito simples: substituir o mister não será fácil.


Qualquer ser humano que venha ocupar o cargo de treinador do Fla terá que conviver, diariamente, com as famosas comparações. Desde os métodos de treinamento, passando pela relação com os jogadores e até a postura do novo comandante na beira do campo. Tudo será levado em consideração, sobretudo se e/ou quando houverem dificuldades. A cobrança será por títulos e bom futebol.


Dentre os títulos conquistados por JJ no rubro-negro, a Libertadores foi o principal (Imagem: Conmebol/divulgação)

E, obviamente, mudanças serão feitas. Até porque, segundo o novo treinador do Benfica, seus métodos de treinamento foram criados por ele mesmo. No entanto, por mais diferentes que sejam as atividades nos treinos, Jesus é um “discípulo” de Johan Cruyff e é possível encontrar, em outro mister, boa parte dos seus conceitos de jogo. Ou seja, um time ofensivo e propositivo, marcação alta, pressão ao perder a posse da bola, coberturas, entre outros.


Assim, um técnico que tenha tal filosofia, ao assumir o cargo no Flamengo, encontrará jogadores acostumados e que gostam de atuar desta forma. O baque não será tão grande. Além disso, o novo comandante terá em mãos um excelente elenco, com atletas de muitas e diferentes qualidades, um centro de treinamento impecável e um alto salário. Por maior que seja a pressão, quem não gostaria de ter estas condições de trabalho?


A adaptação fica como a principal dificuldade. Uma vez que o clube carioca tem preferência por profissionais europeus, podem haver problemas para se adaptarem à cultura do futebol brasileiro e sul-americano, ao calendário, clima, viagens e etc. E um adendo: por melhor que seja a situação do clube, convencer alguém do velho continente a vir para o Brasil não será algo simples, sobretudo pelo atual cenário pandêmico.


Marcos Braz e Bruno Spindel em reunião com o espanhol Domènec Torrent, em Madrid (Imagem: reprodução)

Mas o clube não tem pressa, e essa atitude é a mais sensata neste momento. Com duas semanas para o início do campeonato brasileiro, é melhor escolher bem, agora, o novo treinador, do que contratar alguém sem qualquer convicção e acabar sendo obrigado a demiti-lo no decorrer dos próximos meses. Por mais que a adaptação custe alguns pontos no Brasileirão, haverá tempo para se recuperar na competição, levando em consideração, também, que a Libertadores só retorna em setembro.


Até agora, quase todos os nomes especulados fazem sentido. Leonardo Jardim, Carlos Carvalhal, Domènec Torrent e Miguel Angel Ramírez (que já trabalha na América do Sul) possuem diferenças, mas, analisando como um todo e de forma mais simplória, cabem na filosofia que o clube quer seguir. Apenas Marco Silva foge um pouco deste contexto, e Fernando Hierro é até difícil de analisar, por não ter sido treinador por mais de uma temporada.

Em ordem: Leonardo Jardim, Carlos Carvalhal, Marco Silva, Miguel Angel e Domènevc Torrent (Imagem: arte O Globo)

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